Mega-shoppings abrem caminhos com setor gerando 1,073 milhão de empregos em 2024 e projeta novas vagas com 17 inaugurações

Retrato atualizado dos empregos nos shopping centers: dados oficiais da Abrasce mostram expansão do trabalho formal em 2024 e abrem perspectiva de novas contratações em 2025.
O setor de shopping centers encerrou 2024 com 1,073 milhão de empregos diretos, segundo dados oficiais da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). O número representa alta de cerca de 1% sobre 2023 e consolida o segmento como empregador relevante no varejo formal
Além do avanço no estoque de vagas, o total de empreendimentos em operação segue elevado, com centenas de centros de compras espalhados pelo país. A fotografia mais recente reúne 648 shoppings e 123.266 lojas, o que ajuda a explicar a capilaridade do emprego criado — da administração à operação de lojas e serviços.
Esse movimento ocorre em um ambiente de mercado de trabalho mais favorável. A taxa de desocupação recuou para 5,8% no 2º trimestre de 2025, o menor nível da série histórica da PNAD Contínua, o que reforça a tendência de formalização observada também no varejo de shoppings.
Para o leitor, o dado prático é claro: os shoppings voltaram a contratar em 2024 e mantêm base sólida para 2025, com expansão concentrada em operações de varejo, alimentação, serviços e entretenimento — os pilares que sustentam a rotina dos centros de compras.
Por que os shoppings estão contratando mais
O motor principal é o crescimento de vendas e de fluxo de visitantes. Em 2024, o setor registrou faturamento recorde de R$ 198,4 bilhões e melhora no tráfego, cenário que dá previsibilidade para lojistas e administradoras manterem equipes. A taxa média de ocupação ficou acima de 95%, indicador típico de ciclo benigno para abertura e manutenção de vagas.
Outro vetor é o aumento da permanência do cliente e a virada de mix para serviços, lazer e gastronomia, áreas intensivas em trabalho presencial. Essa estratégia elevou a demanda por atendentes, cozinha, limpeza, segurança, manutenção e TI — funções que, somadas aos times das lojas, compõem a maior parte dos postos diretos.
A base instalada de lojas sustenta esse efeito multiplicador. Com mais de 123 mil operações ativas, cada ponto de venda puxa contratações próprias e serviços compartilhados do empreendimento, do estacionamento à zeladoria. Em períodos de sazonalidade — como Natal e Dia das Mães — o reforço de temporários amplia ainda mais o contingente.
Por fim, a normalização do crédito e a massa salarial em alta ajudam a fechar a conta. Com o consumo melhor distribuído ao longo do ano e juros em queda frente a 2023, lojistas ganham fôlego para ampliar quadro e investir em treinamento, o que se reflete nos números de 2024 divulgados pelo setor.
Onde estão as vagas: lojas, serviços e administração
Nos megas e nos centros regionais, o emprego direto se reparte em três frentes. A primeira é o varejo de lojas (moda, calçados, eletro, beleza e afins), que concentra grande parte das admissões. A segunda é a alimentação e entretenimento — praças, restaurantes, cinemas e parques —, segmentos que cresceram com a busca por experiência presencial. A terceira é a administração do empreendimento (segurança, limpeza, operações, marketing e property management).
A presença de salas de cinema (3.073), vagas de estacionamento (1.065.138) e serviços de apoio exige equipes dedicadas e treinadas, o que eleva a densidade de emprego nos maiores complexos. Mega-shoppings, por reunirem centenas de lojas e mix amplo, tendem a empregar mais por metro quadrado do que centros menores, mantendo estrutura operacional 24/7.
Para candidatos, posições de entrada com capacitação rápida seguem recorrentes: vendas, caixa, estoquista, garçom, atendente, auxiliar de cozinha e limpeza. Para profissionais com experiência, há demanda em gestão de lojas, facilities, manutenção predial, segurança e marketing digital — áreas que crescem à medida que os shoppings adotam analytics e campanhas omnichannel.
Na prática, qualificação específica e disponibilidade para horários alternados aumentam as chances de contratação. O setor atua com forte sazonalidade e picos de fim de semana, o que favorece jovens em primeiro emprego e trabalhadores que buscam recolocação rápida no comércio formal.
O que vem a seguir: novas inaugurações e potencial de contratação em 2025
O pipeline setorial indica 17 novos shoppings para 2025, distribuídos por diferentes regiões. Cada inauguração costuma abrir centenas a milhares de vagas na largada, somando empregos de obras, pré-operação e, depois, operação regular de lojas e serviços. Espera-se, portanto, reforço adicional ao estoque de empregos criado em 2024.
Com desemprego recuando e mais formalização, o ambiente para expansão do varejo físico permanece favorável no curto prazo. O resultado deve aparecer tanto na manutenção de equipes em shoppings maduros quanto na abertura líquida nas praças que receberão novos empreendimentos.
Para cidades médias, a chegada de um shopping reorganiza o comércio local, concentra serviços e atrai franquias, o que amplia a base de empregos e a arrecadação municipal. O movimento observado em 2024 sugere continuidade dessa tendência, com efeitos diretos no mercado de trabalho urbano.
Em síntese, o retrato atualizado é positivo: 2024 entregou 1,073 milhão de postos diretos e 2025 começa com agenda de inaugurações e indicadores de emprego geral em melhora, condições que sustentam novas contratações no setor de shopping centers.
Queremos sua opinião. A expansão dos shoppings distribui emprego e serviços ou concentra o comércio e pressiona o varejo de rua? Deixe seu comentário.
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