O que aconteceu com a dona da Friboi? Como a JBS se tornou uma das maiores empresas de alimentos do mundo
Descubra como a JBS, dona da Friboi, saiu de um açougue em Goiás e se tornou uma das maiores empresas de alimentos do mundo.
Quando ouvimos “Friboi”, a primeira imagem que costuma vir à mente é a de cortes de carne bovina embalados no supermercado ou comerciais estrelados por celebridades. Mas por trás dessa marca está a JBS, uma verdadeira gigante global da indústria alimentícia. O que pouca gente sabe é como uma empresa brasileira nascida de um pequeno açougue em Goiás se transformou em uma das maiores potências do agronegócio mundial.
Neste artigo, você vai entender a trajetória surpreendente da JBS, os marcos que levaram a empresa ao topo, as polêmicas que quase abalaram seu império e por que, mesmo assim, ela segue como líder no setor.
As origens humildes! Tudo começou com um açougue em Goiás
A história da JBS começa em 1953, na cidade de Anápolis, interior de Goiás. O fundador, José Batista Sobrinho — de onde vem a sigla “JBS” — era um pequeno comerciante de carne que montou um açougue com foco em atender a demanda local.
Nos primeiros anos, a empresa se chamava “Casa de Carnes Mineira”. Com o passar do tempo, o negócio começou a crescer ao atender contratos com órgãos públicos e fornecendo carne para o Exército. Em 1970, a empresa construiu seu primeiro frigorífico e passou a abater animais em escala maior, ampliando sua presença no Centro-Oeste.
A virada de chave viria décadas depois — mas a base já estava construída: espírito empreendedor, conhecimento do mercado e aposta no crescimento via escala.
A estratégia de aquisições que transformou a JBS em uma gigante
O crescimento acelerado da JBS começou a tomar forma nos anos 2000. Com a chegada de Wesley Batista (filho de José Batista) à gestão executiva, a empresa passou a adotar uma estratégia agressiva de expansão baseada em aquisições no Brasil e no exterior.
Em 2005, a JBS comprou a Swift Armour, na Argentina, e pouco depois a Swift Foods Company, nos Estados Unidos. Essa jogada não só levou a empresa para o cenário internacional, como a posicionou como a maior processadora de carne bovina do planeta.
Ao longo dos anos, outras aquisições bilionárias consolidaram seu domínio.
- Pilgrim’s Pride (EUA) – gigante do setor avícola
- Moy Park (Irlanda do Norte) – foco em frango processado
- Tulip (Reino Unido) – referência em carne suína
- Bertin (Brasil) – outra potência do setor de carnes
Esses movimentos foram impulsionados por aportes do BNDES e o lançamento de ações na Bovespa e, posteriormente, na Bolsa de Nova York.
Em poucos anos, a JBS deixou de ser apenas “a dona da Friboi” e se tornou um colosso global com operações em mais de 20 países.
Friboi, a marca que fez história no Brasil
Apesar da internacionalização, foi com a marca Friboi que a JBS consolidou sua presença na mente dos brasileiros. Em 2013, a empresa lançou uma campanha publicitária de peso, com o ator Tony Ramos como embaixador. O objetivo era simples: mostrar que a carne vendida pela Friboi era de confiança, inspecionada e com qualidade superior.
O resultado foi imediato. A Friboi virou sinônimo de carne embalada no país. Pouco depois, vieram outras marcas como Seara, Swift, Doriana, LeBon e uma série de linhas voltadas para produtos processados, laticínios e até alimentos congelados.
A força de marca da Friboi foi essencial para construir a imagem de qualidade e proximidade com o consumidor brasileiro, ao mesmo tempo em que a JBS se posicionava como fornecedora global de proteína animal.
Por dentro do império! números impressionantes
Hoje, a JBS é muito mais que uma empresa de carnes. É a maior produtora de proteínas do mundo, e conta com:
- Presença em mais de 190 países
- Mais de 260 mil funcionários
- Faturamento anual superior a R$ 350 bilhões
- Processamento de mais de 13 milhões de aves e 100 mil bovinos por dia
- Portfólio com centenas de marcas e linhas de produtos
Com unidades produtivas nos EUA, Brasil, Canadá, Austrália, Europa e México, a JBS domina mercados estratégicos e abastece desde grandes redes de fast food até supermercados de bairro.
E o mais surpreendente: tudo isso partindo de uma família do interior do Brasil.
Crises e polêmicas! a imagem da gigante dona da Friboi em xeque
Apesar do crescimento vertiginoso, a trajetória da JBS também foi marcada por turbulências. Em 2017, a empresa foi protagonista de um dos maiores escândalos políticos e corporativos da história do Brasil. O caso envolveu delações premiadas dos irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da empresa, que revelaram esquemas de propina a políticos em troca de facilidades e favorecimentos.
Esse episódio, junto à Operação Carne Fraca da Polícia Federal, abalou a imagem da empresa no Brasil e no exterior.
Como resposta, a JBS implementou profundos programas de compliance, governança corporativa e auditoria interna, além de reestruturar seu conselho e separar a gestão da família Batista do comando executivo.
A empresa sobreviveu ao escândalo, pagou acordos bilionários com a Justiça e manteve sua liderança no mercado global — o que por si só já é um feito raro.
Carnes vegetais e sustentabilidade
A JBS também tem investido pesado em inovação alimentar, com a criação da plataforma Seara Incrível, voltada para produtos à base de plantas (como hambúrgueres vegetais). Em 2021, comprou a Vivera, empresa europeia de alimentos plant-based, e entrou de vez nesse mercado em expansão.
Além disso, lançou metas de sustentabilidade, como.
- Redução de emissões de carbono
- Monitoramento de fornecedores para evitar desmatamento ilegal
- Compromisso com bem-estar animal
- Projetos de economia circular nas fábricas
Ou seja, a JBS não apenas quer manter sua posição de liderança, como também mira o futuro da alimentação global.
O poder do empreendedorismo brasileiro no cenário global
A trajetória da JBS é um exemplo emblemático de como uma empresa familiar, nascida de um açougue simples no interior de Goiás, pode conquistar o mundo. Misturando visão estratégica, ousadia, capacidade de adaptação e domínio logístico, a JBS superou obstáculos e polêmicas para se firmar como uma referência global.
Muito além da Friboi, o grupo é hoje sinônimo de escala, exportação, inovação e, ao mesmo tempo, de desafios éticos e pressão constante por transparência. E talvez esse seja o maior resumo de tudo o que aconteceu com a dona da Friboi: A JBS cresceu, tropeçou, se reinventou e seguiu gigante.
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Sobre o Autor
Geovane Souza é Jornalista e especialista em criação de conteúdo na internet, ações de SEO e marketing digital, e redator no blog O Emprego dos Sonhos.
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